As raízes étnicas principais da população
nativa Lusitana ÍNDICE: I - Povos
Ibéricos II - Povos Célticos
(Celtas isolados não-Lusos e membros da Federação
Céltica) III - Povos Lício-Anatólicos
e Ilírio-Trácios IV - Povos Ligurícos
(da Federação Calaica) V - Povos Iberos
(da Federação Lusitana) VI - Povos Celto-Vetones
(da Federação Lusitana) VII - Povos Calaicos
(Celto-Germanos da Federação Calaica) VIII
- Povos Vaceus (da Federação Calaica) IX
- Povos Vaceus (da Federação Lusitana)
Nota: Este nosso trabalho não é definitivo, é o melhor que fizémos até à data. O tracejado das fronteiras tribais indica apenas como eles eram aproximadamente e poderão não corresponder aos limites exactos da época. Tentaremos actualizá-lo e melhorá-lo quanto possível, pois muitos povos nativos exitiram que ainda não foram identificados nem inseridos neste mapa. Por vezes, o significado Lusitano que utilizamos aqui através do termo "belion" (que significa nativo na nossa língua) e não "leukuir", é o mais abrangente e moderno, ou seja, é aquele que tende a significar e identificar (mesmo que de forma diferenciada) todos o povos nativos pré-romanos e pré-góticos de Portugal, estes dois últimos, como é sabido são os antepassados directos do povo mestiço neo-latino português, que no geral são ainda existentes (mas não na forma tribal) apesar de não serem oficialmente reconhecidos como tal. Ou seja o termo Lusitano aqui empregue não pretende expressar nem unificar todas as tribos e povos nativos da época sob o mesmo termo, como por vezes nós utilizamos de forma sintética para diferenciar os povos nativos de Portugal do povo mestiço neo-latino de origem estrangeiro, como é o caso do povo português, mas pretende-se sim diferenciar os povos nativos de Portugal (que são lusitanos sob o termo belion) do povo elitista mestiço e neo-latino português de origem estrangeira. Registe-se de que todas estas tribos da época, sejam Lusitanas, Calaicas ou Cónias, acabaram ao longo dos tempos por se fundirem, misturarem e assimilarem-se, dando origem aos três principais povos nativos ainda hoje existentes em Portugal, embora sem reconhecimento oficial. Claro que dessas fusões e inter-relações tribais dentro de uma mesma entidade étnico-cultural, fica de fora o povo mestiço neo-latino português, porque de origem estrangeira e não nativa. Nós pretendemos aqui, apenas localizar o espaço territorial das tribos e das entidades tribais da época. Os povos Turdulos (velhos e novos) são aqui considerados como uma etnia nativa racialmente ibérica mas celtizados, devido à forte influência cultural e linguística que tiveram por parte dos celtas.
. Como é evidente o primeiro
mapa com a distribição étnico-tribal do ano 200 a.c.
nunca poderia estar actual. Ao longo dos séculos as várias
tribos nativas foram-se misturando ou assimiladas pelos povos mais numerosos,
influentes ou importantes, outras tribos menores foram aniquiladas por
povos invasores, principalmente pelos romanos e bárbaros, as elites
nativas tribais sobreviventes quase sempre acabaram por ser assimiladas
pelos invasores ou absorveram a cultura desses povos invasores. Simplificando
a nossa ideia para uma compreensão mais fácil do que aqui
expomos, damos o exemplo das diferentes tribos calaicas. Ao longo dos
séculos essas mesmas tribos foram-se misturando umas com as outras,
até perderem a sua característica tribal e ganharem uma
identidade étnica nacional Calaica, por sua vez, as elites calaicas,
tiveram uma evolução diferente, na sua maioria acabaram
por ser assimiladas ou por absorver a cultura e a identidade dos povos
invasores vencedores, caso dos romanos, suevos e godos, judeus e mais
tarde de franco-borgonheses, flamengos e outras gentes que foram aparecendo
depois da formação de Portugal. O mesmo é válido
para as elites da região litoral-centro (Lisboa, Estremadura) e
as elites cónias que por miscigenação adqueriram
a cultura e o gentil de povos invasores, semitas, fenícios, romanos,
etc. Todas as elites nativas por miscigenação com estrangeiros,
deram origem ao povo mestiço português de origem estrangeira
(a única excepção foi a elite lusitana que foi toda
aniquilada e portanto não assimilada por romanos e godos), as elites
regionais portuguesas, são apenas ramos locais das elite nacional
portuguesa, nenhuma dessas elites regionais ou locais tem identidade nativa
própria, eles são mesmos portugueses de origem estrangeira
e não nativa (romana, goda, germânica, judia, espanhola,
francesa, flamenga, inglesa, etc.). Nota importante: é favor de
não confundir nunca o termo "étnico" português
com o termo "cidadão" português, nem confunda "mestiço
português" com "mestiço lusitano". O termo
"étnico nativo" da Legenda quer aqui significar "nativo
puro" ou "étnico racial puro". As cores no segundo
mapa correspondem ao elemento étnico predominante e não
único da região como é evidente, com excepção
de algumas aldeias isoladas e remotas da Lusitânia e da Calécia,
não há em Portugal nenhum concelho nem freguesia onde a
sua população pertença exclusivamente a um único
grupo racial ou étnico. Dois mil anos de diferentes invasões
e ocupações após a chegada dos romanos teriam sempre
que deixar as suas marcas (mesmo que os povos invasores como sempre foi
o caso, sempre tivessem sido em número muito reduzido), nalgumas
regiões essa miscigenação forçada teria sido
mais marcante (Lisboa, Porto, Setúbal, Coimbra, etc.), noutras
menos, como é o caso da Beira Interior, onde a conservação
de muitas tradições permitiram a sobrevivência como
grupo racial homogéneo da maioria da sua população
nativa. Quantos aos Túrdulos que apareceram tardiamente na Lusitânia
pouco antes da conquista romana e se diluiram ou misturaram-se com os
povos ibéricos, celtas, cónios e lusitanos já instalados
na que é hoje em dia a Beira Litoral, estes mesmos Túrdulos
foram sendo assimilados lentamente por outros povos conquistadores e por
migrações populacionais principalmente de Lusitanos que
migraram do interior para o litoral, sendo assim, eles poderão
ser considerados de "lusitanos mestiços", porque eles
já eram um grupo mestiço ibero-céltico antes da sua
chegada, portanto, neste mapa os Túrdulos são considerados
dentro do grupo identificativo "lusitano mestiço", pelo
menos até ao surgimento em Portugal de uma comunidade genuina a
reivindicar esta identidade étnico-cultural como distinta da lusitana
nativa. Quantos aos semitas, mouros, berberes e (poucos) árabes
de religião muçulmana, que se fixaram principalmente no
sul do Tejo nos século VII/VIII, eles estão incluídos
no grupo "Alentejano mestiço", este povo regional de
Portugal, os alentejanos, com forte ascendência racial celta e alguma
cónia, começou a desenvolver a sua própria identidade
étnico-regional (tardia e já depois da formação
de Portugal), precisamente depois da ocupação Islamo-muçulmana
pelos povos hamito-semitas. Quanto ao elemento racial semita a norte do
Tejo, ele está incluído nos mestiços portugueses.
Por sua vez, os judeus, um povo que perdeu as suas origens étnico-raciais
semitas depois de dispersos pelos principais centros económicos
do mundo, e que desde há muito não são (honestamente)
considerados como povo do ponto de vista étnico, mas apenas o são
do ponto de vista religioso e político, pese embora manterem algumas
tradições (religiosas) vivas, foram integrados no grupo
mestiço português (elites estrangeiras), naturalmente. Repetimos
aqui, que as cores no segundo mapa correspondem ao elemento étnico
racial predominante e não único de uma determinada região. |