Voltar

 

 

As raízes étnicas principais da população nativa Lusitana
anterior à invasão e ocupação romana (cerca de 200 a.c.)

ÍNDICE:

I - Povos Ibéricos
1- CÓNIOS / CONII / KONITI
2- CINETOS / CYNETI / KUNETE
3- MIRENSES / MIRENKE
4- CÓNIO-SALACIANOS / CONI / KEITION
5- ETMANEI / ETMANI /ETAMNE
6- ILÊATES / GLETI / KLETE
7- TURDETANOS / TURDETANI / TURUKE
8- TURDULOS NOVOS/ TURDULI / BARDULO
9- TURUBRIGENSES/ TURUBRICENSI / TURUBRI
10- TURDULOS VELHOS / TURDULI VETERES / TURDA
11- HABERIOS / HABERI / HABERO
12-
CHIBANES / XIBANI / XIBANE
13- BÁSTIANOS / BASTULI / BASTULO
14- BALSENSES/ BALSENSI / BALSIO
15- CIBILITANOS / CIBILITANI / CILIBITANI
16- ARANDITANOS / ARANDITANI / ARANDITANI

II - Povos Célticos (Celtas isolados não-Lusos e membros da Federação Céltica)
1 - SEFES / SAEFI /SEFIO
2 - CEMPSOS / CEMPSI / SEMPSE
3 - ELVIOS / HELVI / HELVE
4 - ESCALABITANOS / SCALABITANI / SAKALABITANI
5 - CALANTIENSES / CALANTIENSI / KALANTIENSE
6 - DRAGONES / DRAGONI / DRAKONE
7 - ARUCITANOS / ARUCCI / ARUKI
8 - BERONES / BERONI / BERONIO
9 - MIROBRIGENSES / MIROBRIGENSI / MIROBRIKENSE
10- BARDIETAS / BARDIETAS / BARDIETAI
11- PLENTAUROS / PLENTAURUS / PLENTAUROI
12- ALOTRIGES / ALOTRIGI / LUTURI

III - Povos Lício-Anatólicos e Ilírio-Trácios
1- ESTREMÍNIOS / OESTRIMNI / STRYMONE
2- LICIANOS / LYCI / TERMILUKKI

IV - Povos Ligurícos (da Federação Calaica)
1- LÍMICOS / LIMICI / LEMIKE
2- LEMAVOS / LEMAVI / LEMAUE
3- ARTABRIBENSES / ARTABRI / ARROTREBE

V - Povos Iberos (da Federação Lusitana)
1- EGIDITANOS / IGAEDITANIENSI / AEKITANI
2- TAPOROS / TAPOLI / TALORE
3- ELBOCOROS / ELBOCORI / ELBOKORE
4- TANGIOS / TANGINUS / TANIGINICI
5- PESUROS / PAESURI / PASURE
6- LANCOBRIGENSES / LANCOBRIGENSI / LANKOBRIGENSE
7 - COBELICOS / COBELCI / COBELKE
8 - LONGRÓVIOS / LONGOBRIGENSI / LONGOBRIKENSE
9 - NOMUNOS / NOMUNAE / NONUNE
10- MEDUBRIGENSES / PLUMBARI / MEIDOBRIGENSE
11- ARABRIGENSES / AXABRICENSI / ARABRIGENSE
12- TALABRIGENSES / TALORE / TALURI
13- COILARNOS / COILARNO / KOILARNI
14- ARAUGELENSES / ARAUCELENSI / ARAOKELUN
15- TATIBEAICOS / TATIBEAICUI / TATIBEAIKWY
16- VIRCAOS / VIRCAUS / WIRKAOI
17- OILIENAICOS / OILIENAICUS / OILIENAICI
18- MUSTINACA / MUSTINACUS / MUSTINACI
19- ESIBRAEO / ISIBRAEGI / ISIBRAECUI
20- HARAGOS / HARAGUS / HARACUI

VI - Povos Celto-Vetones (da Federação Lusitana)
1- LANCIENSES DO NORTE / LANCIENSI TRANSCUDANI / TRANSKUTANI LANKEBAQURE
2- LANCIENSES DO SUL / LANCIENSI OPPIDANI / LANKENIURE
3- OCELENSES / OCELENSI LANCIENSI / OKELO
4- CALUROS / CALURI / KALURE
5- VEAMINICORES / VEAMINICORUM / VEAMINICORI
6- MAGAREAICOS / MAGAREAICUS / MAGAREAICOI
7- CAEILOBRICOS / CAEILOBRICUS / CAEILOBRICOI
8- PETRANIOS / PETRANIUS / PETRANIOI
9- NACOSOS / NACOSUS / NACOSI
10- COSIGOS / COSIGUS / KOSIGI
11- TATIBEAICOS / TATIBEAICUS / TATIBEAICUI
12- SEAREAS / SEAREASI / SEARAESI
13- EUROCOUTIORI / INTERANIENSES / IREUCOUTIORI
14- ARVONI / ARVONUS / ARAVONI
15- CANTIBIDONENSES / CANTIBIDONIESI / KANTIBIDONI
16- EQUOTULAICENSIS / EQUOTULLAICENSI / ICCOTULLAIKENSE
17- SULENSES / SULENSIS / SULENSE
18- CRONIENSES / CRONIENSI / KRONISNESI
19- COERENSES / COERENSI / KOERENSE
20- CALONTIENSES / CALONTIENSI / KALONTIENSE
21- PALANTINOS / PALANTI / PALANTE
22- ARITIENSES / ARITIENSI / ARITENSE
23- VENIENSES / VENIENSI / VENIENSE
24- LANGANIDA / LANGANIDAICUS / LANKANIDA
25- COLARNOS / CULARNI / KULARNE
26- ARBARIAICOS / ARBARIAICUS / ARBARIAICOI
27- ARAOCELENSES / ARAUGELENSI / ARAUKELENSI
28- NILAICOS / NILAICUS / NILAICUI
29- BRIALEAICOS / BRIALEAICI / BRIALEA
30- EBUROBICOS / EBUROBICUS / EBUROBICI
31- SEANOS / SEANOCI / SEANOI
32- APOLOSEGOS / APOLOSEGUS / APOLOSECUI
33- TALACONIS / TALACONUS / TALACONI
34- BLETONENSES / BLETONNENSI / BLETONIENSE
35- VETÕES / VETONE / VETOUN

VII - Povos Calaicos (Celto-Germanos da Federação Calaica)
1- CALÁCIOS / CALLAECI / KALAIKE
2- MADEQUISENSES / MADIQUENSI / MADIA
3- TUREIOS / TUREA / TURE
4- NEMETATOS / NEMETATI / NEMEDEKI
5- TOGOBRIGENSES / TONGOBRIGENSI / TONGOEBRIGENSE
6- BERECOS / BERECI / BEREKE
7- EQUESOS / EQUAESI / HEQUAESE
8- CALADUNIOS / CALADUNI / KALADUN
9- LAPITAS / LAPITI / LAPITE
10- BIBALOS / BIBALI / BIBALE
11- BRACAROS / BRACARI / BERAKARE
12- SEURROS / SEURBI / SUERRE
13- LEUNOS / LUBAENI / LUBEANE
14- GRÓVIOS / GRAVI / CROVE
15- NARBASIOS / NARBASI / NERBISOCO
16- COELERNOS / COELERNI / COELERINE
17- BURIOS / BURI / BURIKI
18- QUAQUERNOS / QUACERNI / KUACERNE
19- TAMAGANOS / TAMAGANI / TAMAKANE
20- PRAENIOS / PRAENI / PRANE
21- COROQUIOS / COROQI / COROKE
22- TURODOS / TURODI / TURONE
23- AULOBRIGENSES / AUIOBRIGENSI / AULOBRIGENSE
24- CAELERINOS / CAELERINI / CAELARNE
25- LUANCOS / LUANCI / LYNKO
26- AEBOCOSIOS / AEBOCOSI / AEBOCOSE
27- LAPITEAS / LAPITEA / LAPITEAI
28- BASTOS / BASTI / BASTUL
29- BEDIOS / BEDI / BEDE
30- SALACIOS / SALACI / SALASE
31- VALABRIGENSES / VALABRICENSI / UALABRI
32- ULIAINCAS / ULIAINCAE / ULIAINKAI
33- FIDUENOS / FIDUENEAE / FIDUENAI

VIII - Povos Vaceus (da Federação Calaica)
1 - ZOELAS / ZELAI / ZELA
2 - INTERAMINICOS CALAICOS / INTERAMICI KALAMICE / ENTARAMICO
3 - BANIENSES CALAICOS / BANIENSI VACCEI / BANIO

IX - Povos Vaceus (da Federação Lusitana)
4 - LACÕES / INTERAMNIENSI LUSI / LAKONE
5 - AREVAGOS / VACOAICUS / VACOAICI
6 - ARAVOS / ARAVI / ARAVOR
7 - BANIENSES DO SUL / BANIENSI LUSI / BANI LEUKK
8 - PAISICAICOS / PAISICAICUS / PAISICAICOI

 

Nota: Este nosso trabalho não é definitivo, é o melhor que fizémos até à data. O tracejado das fronteiras tribais indica apenas como eles eram aproximadamente e poderão não corresponder aos limites exactos da época. Tentaremos actualizá-lo e melhorá-lo quanto possível, pois muitos povos nativos exitiram que ainda não foram identificados nem inseridos neste mapa. Por vezes, o significado Lusitano que utilizamos aqui através do termo "belion" (que significa nativo na nossa língua) e não "leukuir", é o mais abrangente e moderno, ou seja, é aquele que tende a significar e identificar (mesmo que de forma diferenciada) todos o povos nativos pré-romanos e pré-góticos de Portugal, estes dois últimos, como é sabido são os antepassados directos do povo mestiço neo-latino português, que no geral são ainda existentes (mas não na forma tribal) apesar de não serem oficialmente reconhecidos como tal. Ou seja o termo Lusitano aqui empregue não pretende expressar nem unificar todas as tribos e povos nativos da época sob o mesmo termo, como por vezes nós utilizamos de forma sintética para diferenciar os povos nativos de Portugal do povo mestiço neo-latino de origem estrangeiro, como é o caso do povo português, mas pretende-se sim diferenciar os povos nativos de Portugal (que são lusitanos sob o termo belion) do povo elitista mestiço e neo-latino português de origem estrangeira. Registe-se de que todas estas tribos da época, sejam Lusitanas, Calaicas ou Cónias, acabaram ao longo dos tempos por se fundirem, misturarem e assimilarem-se, dando origem aos três principais povos nativos ainda hoje existentes em Portugal, embora sem reconhecimento oficial. Claro que dessas fusões e inter-relações tribais dentro de uma mesma entidade étnico-cultural, fica de fora o povo mestiço neo-latino português, porque de origem estrangeira e não nativa. Nós pretendemos aqui, apenas localizar o espaço territorial das tribos e das entidades tribais da época. Os povos Turdulos (velhos e novos) são aqui considerados como uma etnia nativa racialmente ibérica mas celtizados, devido à forte influência cultural e linguística que tiveram por parte dos celtas.



AS RAÍZES ÉTNICAS PRINCIPAIS E ACTUAIS DOS POVOS DE PORTUGAL (ANO DE 2000)

.

Como é evidente o primeiro mapa com a distribição étnico-tribal do ano 200 a.c. nunca poderia estar actual. Ao longo dos séculos as várias tribos nativas foram-se misturando ou assimiladas pelos povos mais numerosos, influentes ou importantes, outras tribos menores foram aniquiladas por povos invasores, principalmente pelos romanos e bárbaros, as elites nativas tribais sobreviventes quase sempre acabaram por ser assimiladas pelos invasores ou absorveram a cultura desses povos invasores. Simplificando a nossa ideia para uma compreensão mais fácil do que aqui expomos, damos o exemplo das diferentes tribos calaicas. Ao longo dos séculos essas mesmas tribos foram-se misturando umas com as outras, até perderem a sua característica tribal e ganharem uma identidade étnica nacional Calaica, por sua vez, as elites calaicas, tiveram uma evolução diferente, na sua maioria acabaram por ser assimiladas ou por absorver a cultura e a identidade dos povos invasores vencedores, caso dos romanos, suevos e godos, judeus e mais tarde de franco-borgonheses, flamengos e outras gentes que foram aparecendo depois da formação de Portugal. O mesmo é válido para as elites da região litoral-centro (Lisboa, Estremadura) e as elites cónias que por miscigenação adqueriram a cultura e o gentil de povos invasores, semitas, fenícios, romanos, etc. Todas as elites nativas por miscigenação com estrangeiros, deram origem ao povo mestiço português de origem estrangeira (a única excepção foi a elite lusitana que foi toda aniquilada e portanto não assimilada por romanos e godos), as elites regionais portuguesas, são apenas ramos locais das elite nacional portuguesa, nenhuma dessas elites regionais ou locais tem identidade nativa própria, eles são mesmos portugueses de origem estrangeira e não nativa (romana, goda, germânica, judia, espanhola, francesa, flamenga, inglesa, etc.). Nota importante: é favor de não confundir nunca o termo "étnico" português com o termo "cidadão" português, nem confunda "mestiço português" com "mestiço lusitano". O termo "étnico nativo" da Legenda quer aqui significar "nativo puro" ou "étnico racial puro". As cores no segundo mapa correspondem ao elemento étnico predominante e não único da região como é evidente, com excepção de algumas aldeias isoladas e remotas da Lusitânia e da Calécia, não há em Portugal nenhum concelho nem freguesia onde a sua população pertença exclusivamente a um único grupo racial ou étnico. Dois mil anos de diferentes invasões e ocupações após a chegada dos romanos teriam sempre que deixar as suas marcas (mesmo que os povos invasores como sempre foi o caso, sempre tivessem sido em número muito reduzido), nalgumas regiões essa miscigenação forçada teria sido mais marcante (Lisboa, Porto, Setúbal, Coimbra, etc.), noutras menos, como é o caso da Beira Interior, onde a conservação de muitas tradições permitiram a sobrevivência como grupo racial homogéneo da maioria da sua população nativa. Quantos aos Túrdulos que apareceram tardiamente na Lusitânia pouco antes da conquista romana e se diluiram ou misturaram-se com os povos ibéricos, celtas, cónios e lusitanos já instalados na que é hoje em dia a Beira Litoral, estes mesmos Túrdulos foram sendo assimilados lentamente por outros povos conquistadores e por migrações populacionais principalmente de Lusitanos que migraram do interior para o litoral, sendo assim, eles poderão ser considerados de "lusitanos mestiços", porque eles já eram um grupo mestiço ibero-céltico antes da sua chegada, portanto, neste mapa os Túrdulos são considerados dentro do grupo identificativo "lusitano mestiço", pelo menos até ao surgimento em Portugal de uma comunidade genuina a reivindicar esta identidade étnico-cultural como distinta da lusitana nativa. Quantos aos semitas, mouros, berberes e (poucos) árabes de religião muçulmana, que se fixaram principalmente no sul do Tejo nos século VII/VIII, eles estão incluídos no grupo "Alentejano mestiço", este povo regional de Portugal, os alentejanos, com forte ascendência racial celta e alguma cónia, começou a desenvolver a sua própria identidade étnico-regional (tardia e já depois da formação de Portugal), precisamente depois da ocupação Islamo-muçulmana pelos povos hamito-semitas. Quanto ao elemento racial semita a norte do Tejo, ele está incluído nos mestiços portugueses. Por sua vez, os judeus, um povo que perdeu as suas origens étnico-raciais semitas depois de dispersos pelos principais centros económicos do mundo, e que desde há muito não são (honestamente) considerados como povo do ponto de vista étnico, mas apenas o são do ponto de vista religioso e político, pese embora manterem algumas tradições (religiosas) vivas, foram integrados no grupo mestiço português (elites estrangeiras), naturalmente. Repetimos aqui, que as cores no segundo mapa correspondem ao elemento étnico racial predominante e não único de uma determinada região.